
As obras de revitalização do Cais Mauá, autorizadas na terça-feira após sete anos de tratativas e estudos, deverão se estender além do muro que delimita a zona portuária.
A empresa responsável pela recuperação da área terá de atender a mais de 40 itens acertados com a prefeitura como contrapartidas pelo empreendimento, como implantação de 8,7 quilômetros de ciclovias, construção de um túnel ligando a Rua Ramiro Barcelos ao cais, adaptações viárias e outras intervenções. Ainda não há estimativa atualizada sobre o custo desse pacote de ações.
Uma das medidas mais complexas é o prolongamento da Rua Ramiro Barcelos e a construção de um túnel sob a Avenida da Legalidade para dar acesso ao cais próximo à área das docas onde serão erguidas três torres comerciais. Essa melhoria estava prevista para ocorrer apenas na segunda fase do projeto, a ser iniciado dentro de pouco mais de dois anos, mas a Cais Mauá estuda antecipá-la.
— Embora tenhamos obrigação de fazer essa contrapartida na segunda fase das obras, se for possível, vamos fazê-la concomitante com a primeira etapa — afirma o diretor de Operações da Cais Mauá do Brasil, Sérgio Lima.
O objetivo de escavar o túnel com 12 metros de largura é permitir o acesso direto à zona das docas e não sobrecarregar o trânsito na Avenida Mauá. Os custos dessa obra ainda estão sendo calculados. O termo de compromisso também estabelece a obrigatoriedade de implantar 8,7 quilômetros de ciclovias na cidade. Os primeiros 1,2 quilômetros serão construídos na Mauá, ao lado do muro, durante a reforma dos armazéns. O restante será construído nas fases seguintes da revitalização em locais da cidade a serem indicados pela prefeitura.
O documento protocolado na Procuradoria-Geral do Município (PGM) estabelece ainda uma série de mudanças no trânsito a serem realizadas pelos empreendedores — isso inclui desde a proibição de estacionamento ao longo de toda a extensão do Muro da Mauá até a implantação de uma “faixa de aceleração” para facilitar a saída dos automóveis no trecho próximo à Úsina do Gasômetro. É uma faixa exclusiva, com pelo menos 30 metros de extensão, que permitirá aos veículos deixar a área do porto sem disputar espaço com os carros em circulação pela Mauá.
As exigências também envolvem iniciativas na área interna do empreendimento, como a oferta de transporte gratuito para quem quiser circular ao longo do cais.
— Deveremos oferecer gratuitamente bicicletas, carrinhos elétricos e veículos maiores movidos a energia não poluente para quem quiser circular de um setor a outro — revela Lima.